Shampoo - 1975. Dirigido por Hal Ashby. Escrito por Warren Beatty e Robert Towne. Direção de Fotografia de László Kovács. Música Original de Paul Simon. Produzido por Warren Beatty. Persky-Bright / Vista / USA.
Warren Beatty tivera uma experiência frustrante em meados dos anos 60, ele resolvera colocar em prática o projeto de rodar uma comédia sobre um conquistador compulsivo e convidou ninguém menos que Woody Allen para ser o redator das piadas a serem usadas no filme, nesta época Woody ainda era apenas um comediante de stand-up que se apresentava em clubes de Nova York. O futuro cineasta aceitou participar do projeto com a condição de que ele próprio interpretasse um dos principais personagens. O resultado da parceria foi O que É que Há Gatinha (1965), a primeira incursão de Allen no cinema, o filme foi muito bem recebido, no entanto nem Woody nem Warren ficaram insatisfeitos com o resultado final.
Beatty, que acabou relegado a um segundo plano durante a produção do filme, não desistiu do projeto, ele voltaria à premissa que sustentava o roteiro alguns anos mais tarde, quando o escritor Robert Towne, que colaborara com ele em Bonnie e Clyde (1967), disse que pretendia escrever algo baseado em uma comédia inglesa chamada The Country Wife. O texto era sobre um homem que se passava por impotente para se aproximar de mulheres casadas sem despertar suspeitas. Beatty sugeriu uma alteração, ao invés de impotente, o conquistador da história deveria ser um cabeleireiro, que se passava por gay para faturar suas clientes sem a desconfiança dos maridos delas. Esta ideia serviria de base para o roteiro de Shampoo (1975), filme dirigido por Hal Ashby e coescrito por Warren e Towne.
O personagem central de Shampoo é George Roundy (vivido pelo próprio Beatty), um renomado cabeleireiro que usa de seu charme e do preconceito que os homens à sua volta têm de sua profissão para se aproximar de suas belas clientes. Ele mantém diversos casos ao mesmo tempo e se desdobra para evitar conflitos entre suas amantes fazendo juras de amor e de fidelidade a cada uma delas. Ele, que pretende abrir seu próprio salão, passa a ver no marido de uma de suas clientes um financiador em potencial para o seu empreendimento, ele, que tinha tido um empréstimo negado por um banco, usa a amante para convencer o empresário a apostar em seu novo negócio. Dispensável dizer que a história toda acabará em confusão.
Como não podia deixar de ser, a trama de Shampoo reflete algumas das transformações pelas quais o mundo passara na década anterior à de sua produção e também as mudanças que estavam acontecendo no cerne da indústria hollywoodiana. Ficam evidentes na história a influência da libertação sexual, do surgimento da pílula anticoncepcional e de um novo posicionamento da mulher frente à sociedade. A trama é machista, disso não tenho dúvidas, mas ainda assim ela retrata a mulher de uma forma diferente daquela na qual ela era frequentemente retratada no cinema, no filme as mulheres traem por uma questão de escolha e o fato de elas o fazerem sem grande preocupação moral denota que a relação de dependência delas em relação aos homens estava progressivamente sendo quebrada...
Apesar de soar um tanto datado o filme continua funcionando bem, graças ao carisma de Warren Beatty e do personagem que ele interpreta e ao bom desempenho do restante do elenco. A leveza do filme, reforçada pelo caráter quase inocente do personagem central, é outro fator de destaque, aliado ao roteiro, que chama a atenção pelos ótimos diálogos. Ao assisti-lo preste atenção na sequência que mostra uma perseguição, perto do final do filme, uma passagem muito bem realizada. Shampoo pode até não agradar aos fãs das comédias atuais, que são menos sofisticadas e mais escrachadas, mas ainda assim ele é um filme delicioso de se assistir. Recomendo!
Shampoo foi indicado ao Oscar nas categorias de Melhor Atriz Coadjuvante (Lee Grant), Ator Coadjuvante (Jack Warden), Roteiro Original e Direção de Arte.
A revelação das passagens aqui comentadas não compromete a apreciação da obra.
Filme assistido no mês de setembro, período em que atuei como colaborador do blog E O Oscar Foi Para...
Sendo bem sincero....sempre li bons comentários sobre esse filme, entretanto, nunca me senti atraído para assistir.
ResponderExcluirTalvez por não gostar do cabelo e passar a máquina.
kkk
Abraços
Oii amigo, estive ausente por que estava viajando, que diferente o nome deste filme, nunca tinha ouvido falar, pelo jeito o cabeleireiro conhece bem suas clientes rsrs Abaçosss
ResponderExcluirDeixei um cometário na resenha do filme Anticristo.
ResponderExcluirAbraçoo
Jim CArbonera
É um filme divertido, com Warren Beatty quase montando um harém.
ResponderExcluirAbraço
Bruninho,
ResponderExcluirsempre te lendo! Vou seguir vasculhando teu blog, com certeza :)
também passei para desejar uma ótima semana!
E sobre Shampoo... sei lá! Ouso dizer que é o melhor trabalho do Warren. Ele está PERFEITO!
Beijos!
Olá, José Bruno.
ResponderExcluirEu gosto do trabalho do ator Warren Beatty, mas ainda não vi esse film, valeu pela dica.
Assisti hoje a animação A Festa do Monstro Maluco (tem dublado e completo no Youtube) e Assassinato por Morte, dois ótimos filmes que fizeram parte da minha infância e que sempre reassistirei com prazer.
Abraço.
I hardly drop comments, but i did a few searching and wound up here "Shampoo".
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