O Impossível (Lo imposible) - 2012. Dirigido por Juan Antonio Bayona. Escrito por Sergio G. Sánchez, baseado na história de María Belón. Trilha sonora original composta por Fernando Velázquez. Direção de Fotografia de Óscar Faura. Produzido por Belén Atienza, Álvaro Augustín, Ghislain Barrois e Enrique López Lavigne. Apaches Entertainment, Telecinco Cinema, Mediaset España, Canal+ España, Generalitat Valenciana, Institut Valencia de Cinematografia (IVAC), Instituto de la Cinematografía y de las Artes Audiovisuales (ICAA) e La Trini / Espanhola.
No dia 26 de dezembro de 2004 um terremoto submarino, ocorrido na costa da Indonésia, produziu um dos mais violentos tsunamis já registrados, ondas gigantescas se chocaram contra o litoral matando mais de 230 mil pessoas em oito países. As imagens divulgadas logo após a catástrofe eram assustadoras e davam a dimensão do que havia ocorrido, o mundo estava chocado, porém, junto com a dor, surgia um fio de esperança, alimentado pela solidariedade daqueles que perderam tudo, inclusive familiares, e ainda assim se dispuseram a ajudar como voluntários no resgate e no socorro prestado às vítimas. A percepção de que a vida não tinha acabado ali se materializou também nas histórias individuais de sobreviventes, a quem o acaso poupou da morte certa. A esperança em meio ao caos é o alicerce que sustenta a trama de O Impossível (2012), produção espanhola, baseada em fatos reais, que narra o drama real vivido por uma família de espanhóis, residente no Japão, que foi atingida pelo tsunami enquanto estava de férias na Tailândia.
Maria (Naomi Watts) e Henry (Ewan McGregor) estavam hospedados com os três filhos, Lucas (Tom Holland), Thomas (Samuel Joslin) e Simon (Oaklee Pendergast), em um um resort à beira mar, eles estavam na piscina quando a enorme onda invadiu a costa destruindo tudo que estava à sua frente. Maria e Lucas milagrosamente conseguem sobreviver, um com a ajuda do outro. Já tendo condições de se locomoverem em meio aos destroços deixados pelo tsunami, eles partem em busca de ajuda. Eles temem que uma outra onda possa atingi-los, mas ainda assim decidem voltar e ajudar um garotinho bem pequeno chamado Daniel (Johan Sundberg) que gritava por socorro. Os três são resgatados por nativos, que os encaminham para pontos onde feridos estão recebendo os primeiros cuidados médicos, no meio do percurso eles perdem Daniel de vista. Pouco a pouco vamos tomando conhecimento da gravidade dos ferimentos de Maria, ela tem cortes profundos em algumas partes do corpo, ferimentos que podem levá-la à morte.
Mas, se o roteiro peca em alguns pontos, a direção por outro lado apresenta um trabalho bem mais consistente e sem irregularidades, cuja qualidade pode ser percebida na forma com que o suspense é explorado no desenvolvimento da trama e na maneira com que algumas cenas são construídas para despertar em nós espectadores algum tipo de sentimento. Juan Antonio Bayona parece repetir neste filme uma fórmula típica das produções do gênero terror/suspense e não é algo de todo estranho, afinal de contas ele é o diretor de O Orfanato (2007), um dos filmes do gênero mais elogiados no últimos anos, a forma com que ele explora esta fórmula é, no entanto, muito bem sucedida, tornando o filme uma obra na qual o sensorial conta mais que a reflexão, sem que isso constitua um aspecto negativo. A manutenção de um constante clima de tensão compensa alguns tropeços da história e faz com que o filme não se torne cansativo, mesmo nas partes em que ele perde a visceralidade das sequências iniciais.
O Ewan McGregor está bem no filme, mesmo não tendo nada de especial, sua atuação é capaz de nos convencer da 'verdade' de seu personagem, a Naomi Watts está ótima, apesar de eu achar que seu personagem é mais coadjuvante do que principal, uma vez que, como eu já disse, o personagem do Tom Holland carrega consigo quase toda a força dramática do filme e em torno dele acontece os eventos mais importantes do longa. Pra mim, a grande surpresa do filme são as atuações infantis, Holland está soberbo, seu desempenho é formidável e merecia ter sido premiado ao menos com uma indicação ao Oscar. Samuel Joslin e Oaklee Pendergast também estão ótimos eles fazem muito mais do que repetir falas decoradas (como é comum em atuações infantis); a naturalidade que emana das interpretações dos garotos causa mais impacto do que qualquer outra coisa no filme. Uma das sequências protagonizadas pelos três já está em minha lista pessoal das melhores da temporada.
Os aspectos técnicos do filme também são irrepreensíveis, eu que que fiquei boquiaberto com a passagem do tsunami presente no início de Além da Vida (2010), filme dirigdo pelo Clint Eastwwod, me surpreendi ainda mais com os excelentes efeitos visuais de O Impossível, a passagem que retrata a chegada da onda foi muito bem realizada, mas não é só ela que chama a atenção, a recriação da cidade devastada também é ótima, assim como a maquiagem e efeitos plásticos que simulam feridas expostas e mutilações (outro aspecto que lembra o terror, como gênero)... Mesmo com os problemas no roteiro e no ritmo, o longa de Juan Antonio Bayona ainda pode ser considerado um excelente filme sobre catástrofe e o fato dele apontar para um aspecto humanista, ao invés de focar apenas a busca pela sobrevivência, é um de seus grandes acertos, uma pena que para tal ele acabe recorrendo a alguns clichês, que podem até ser perdoados dependendo da forma com que você interagir com o drama retratado... Recomendo!
O Impossível está indicado ao Oscar na categoria de Melhor Atriz (Naomi Watts).
No dia 26 de dezembro de 2004 um terremoto submarino, ocorrido na costa da Indonésia, produziu um dos mais violentos tsunamis já registrados, ondas gigantescas se chocaram contra o litoral matando mais de 230 mil pessoas em oito países. As imagens divulgadas logo após a catástrofe eram assustadoras e davam a dimensão do que havia ocorrido, o mundo estava chocado, porém, junto com a dor, surgia um fio de esperança, alimentado pela solidariedade daqueles que perderam tudo, inclusive familiares, e ainda assim se dispuseram a ajudar como voluntários no resgate e no socorro prestado às vítimas. A percepção de que a vida não tinha acabado ali se materializou também nas histórias individuais de sobreviventes, a quem o acaso poupou da morte certa. A esperança em meio ao caos é o alicerce que sustenta a trama de O Impossível (2012), produção espanhola, baseada em fatos reais, que narra o drama real vivido por uma família de espanhóis, residente no Japão, que foi atingida pelo tsunami enquanto estava de férias na Tailândia.
Ao meu ver, Lucas é o personagem principal do filme, na trama ele é mais importante até mesmo do que a Maria, é através dele que o filme desenvolve algumas de suas principais abordagens, dentre elas a já mencionada questão da solidariedade entre as vítimas. No início da história, ele demonstra ser egoísta e incapaz de se sensibilizar diante do drama alheio, chega a ser surpreendente a frieza com que ele fala da provável morte do pai e dos irmãos, todavia, ele passa por profundas transformações ao se deparar com o lado mais cruel da vida, no decorrer da narrativa descobrimos nele uma força descomunal e uma sensibilidade tocante que pareciam estar, por algum motivo, ocultas no início da trama. A construção minuciosa deste personagem é ao meu ver uma das melhores coisas de O Impossível, no entanto o roteiro peca ao apelar para algumas coincidências que seriam dispensáveis dada a força que a história original já trazia consigo - Exemplo disso acontece no início do filme, na cena em que Lucas encontra no meio da inundação uma latinha de refrigerante, do mesmo que sua mãe não o deixara pegar no frigobar quando chegaram no resort.
Mas, se o roteiro peca em alguns pontos, a direção por outro lado apresenta um trabalho bem mais consistente e sem irregularidades, cuja qualidade pode ser percebida na forma com que o suspense é explorado no desenvolvimento da trama e na maneira com que algumas cenas são construídas para despertar em nós espectadores algum tipo de sentimento. Juan Antonio Bayona parece repetir neste filme uma fórmula típica das produções do gênero terror/suspense e não é algo de todo estranho, afinal de contas ele é o diretor de O Orfanato (2007), um dos filmes do gênero mais elogiados no últimos anos, a forma com que ele explora esta fórmula é, no entanto, muito bem sucedida, tornando o filme uma obra na qual o sensorial conta mais que a reflexão, sem que isso constitua um aspecto negativo. A manutenção de um constante clima de tensão compensa alguns tropeços da história e faz com que o filme não se torne cansativo, mesmo nas partes em que ele perde a visceralidade das sequências iniciais.
O Ewan McGregor está bem no filme, mesmo não tendo nada de especial, sua atuação é capaz de nos convencer da 'verdade' de seu personagem, a Naomi Watts está ótima, apesar de eu achar que seu personagem é mais coadjuvante do que principal, uma vez que, como eu já disse, o personagem do Tom Holland carrega consigo quase toda a força dramática do filme e em torno dele acontece os eventos mais importantes do longa. Pra mim, a grande surpresa do filme são as atuações infantis, Holland está soberbo, seu desempenho é formidável e merecia ter sido premiado ao menos com uma indicação ao Oscar. Samuel Joslin e Oaklee Pendergast também estão ótimos eles fazem muito mais do que repetir falas decoradas (como é comum em atuações infantis); a naturalidade que emana das interpretações dos garotos causa mais impacto do que qualquer outra coisa no filme. Uma das sequências protagonizadas pelos três já está em minha lista pessoal das melhores da temporada.
Os aspectos técnicos do filme também são irrepreensíveis, eu que que fiquei boquiaberto com a passagem do tsunami presente no início de Além da Vida (2010), filme dirigdo pelo Clint Eastwwod, me surpreendi ainda mais com os excelentes efeitos visuais de O Impossível, a passagem que retrata a chegada da onda foi muito bem realizada, mas não é só ela que chama a atenção, a recriação da cidade devastada também é ótima, assim como a maquiagem e efeitos plásticos que simulam feridas expostas e mutilações (outro aspecto que lembra o terror, como gênero)... Mesmo com os problemas no roteiro e no ritmo, o longa de Juan Antonio Bayona ainda pode ser considerado um excelente filme sobre catástrofe e o fato dele apontar para um aspecto humanista, ao invés de focar apenas a busca pela sobrevivência, é um de seus grandes acertos, uma pena que para tal ele acabe recorrendo a alguns clichês, que podem até ser perdoados dependendo da forma com que você interagir com o drama retratado... Recomendo!
O Impossível está indicado ao Oscar na categoria de Melhor Atriz (Naomi Watts).
A revelação das passagens aqui comentadas não compromete a apreciação da obra,
Concordo que Tom Holland é o melhor do filme. O ator emociona e toma conta da produção
ResponderExcluirTodas as críticas que li falam bem desse filme. Que bom que é dirigido por um espanhol, para mostrar que os americanos não possuem a supremacia cinematográfica.
ResponderExcluirTô com ele aqui...e ainda não tive vontade de ver.
ResponderExcluirAgora, pretendo ;)
bjos
Oi Bruno,
ResponderExcluirTudo bem? Gostei muito desse filme, não só pela ação, mas pelo crescimento dos personagens durante o filme. A indicação é muito justa.
Beijos.
Oi Bruno
ResponderExcluirBela crítica, se eu não tivesse assistido, eu assistiria. O filme é muito bom mesmo! E o menino é o ator principal, concordo contigo meu amigo!
Bjos. Fique com Deus!
A verdade é que adoro os filmes por que são muito interessantes, podemos encontrar de diferentes gêneros. De forma interessante, o criador optou por inserir uma cena de abertura com personagens novos, o que acaba sendo um choque para o espectador, que esperarava reencontrar de cara as queridas crianças. Desde que vi o elenco de O Impossível imaginei que seria uma grande produção, já que tem a participação de atores muito reconhecidos, Pessoalmente eu irei ver por causo do actriz Naomi Watts, uma atriz muito comprometida (Os Filmes de Naomi Watts para Eles são uma ótima opção para entreter), além disso, acho que ele é muito bonito e de bom estilo. Não posso esperar para ver a nova temporada, estou ansiosa.
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