.Bom show, mas com um gosto amargo de quero mais!.
O vacilo de não ter percebido um simples detalhe e quase que um evento, que tudo para ser ótimo, se torna uma grande decepção. No último domingo (17/06) acordei cedo e peguei o ônibus para Viçosa, naquela manhã a minha expectativa era das melhores possíveis, afinal eu tinha passado boa parte da semana anterior ansiando pelo show do Emerson Nogueira, que aconteceria naquela tarde. Durante a viagem fui lembrando de alguns dos clássicos do rock´n´roll que estão no repertório daquele talentoso cantor e violonista... Eu nunca fui de render aplausos para covers, mas a playlist do cara é simplesmente formidável, ele fez fama tocando Beatles, Creedence, Pink Floyd, Police, Eagles, Surpertram e outros clássicos absolutos dos anos 60, 70 e 80.
O detalhe que me havia passado despercebido era quase banal e veio à tona quando, na casa de uma amiga em Viçosa, fiquei sabendo que o tal show nem estava na agenda do Nogueira. “Como assim?!?” Era verdade, aquilo que tinha me levado à Viçosa naquele domingo não era um show, mas apenas uma participação do cantor na apresentação do músico Dudu Lima, um virtuose do contrabaixo, que já tocou com Milton Nascimento, Stanley Jordan e outras feras. Antes do show começar a minha expectativa, que era até então das melhores, foi mudando e se convertendo em uma incômoda dúvida: “Como será esta tal participação?”
Dudu Lima subiu no palco depois de mais de duas horas de atraso, mas para o delírio de quem gosta de boa música, ele mostrou que a espera tinha valido a pena. Com influências que vão da música mineira ao jazz, ele provou que o contra-baixo não é apenas um mero instrumento “tapa-buracos”. Depois de umas quatro cancões interpretadas apenas com baixo, bateria e teclado, ele convidou o Emerson Nogueira para lhe acompanhar. O cantor, meio sem jeito pela falta do já tradicional banquinho, contou que estava gripado, o que se notava pela sua voz rouca. No entanto a rouquidão desapareceu como em um passe de mágica no momento em que ele começou a cantar a primeira música.
Quem conhece o Recanto das Cigarras, que fica dentro campus da UFV, entendo porque tão poucos eventos são realizados no local hoje em dia. O espaço cercado pelo verde da natureza já foi muitas vezes alvo de vandalismo. Durante festas e shows que aconteciam lá, as dependências da universidade eram depredadas e o espaço aos poucos destruído. Hoje o Recanto se encontra revitalizado e muito bem cuidado, trazendo uma confortante sensação de paz e calmaria, principalmente para quem, como eu naquela tarde, o visitava pela primeira vez. O contato com a natureza potencializou o efeito do show, foi indescritível a sensação de escutar uma versão de Pink Floyd, por exemplo, em um lugar tão agradável.
O evento só não foi perfeito, pois enquanto eu imaginava que o show estava apenas começando, o Emerson anunciava que aquela já seria a última música. Sua participação se resumiu a cinco ou seis canções, totalizando umas dez, se contarmos com as que Dudu Lima tocara antes. Ficou um amargo gostinho de quero mais e a vontade de que o anúncio feito pelo Nogueira, de que Viçosa receberá um show completo em breve, seja de fato verdade, se for, torço para que seja novamente no Recanto das Cigarras.
P.S. O Show de Dudu Lima e Emerson Nogueira fez parte da edição 2011 do festival ViJazz & Blues, que aconteceu no dia 16 de junho em Ponte Nova/MG e do dia 17 ao dia 19 em Viçosa/MG.
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esse negocio de covers fazer comercial pros outros e uma merda viva as bandas independentes que criam suas proprias cançoes e nao fazem propaganda de ninguem a nao ser suas fuiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii
ResponderExcluirCom certeza um grande VIVA as bandas independentes, mas acima de tudo um grande VIVA a música! Pois a música não tem descrição, nem de quem faz e nem de quem a interpreta. Viva a música sempre!! E Viva que faz música!! Isso é o mais importante!
ResponderExcluirParabéns ao Dudú Lima, parabéns ao Emerson Nogueira e parabéns a todos que podem trazer pra todos nós música de qualidade todos os dias. Não importa o quão inédita seja. O que importa é encher nossos corações de paz e amor.
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