O Legado Bourne (The Bourne Legacy) - 2012. Dirigido por Tony Gilroy. Escrito por Tony Gilroy e Dan Gilroy, inspirado nas histórias criadas por Robert Ludlum. Direção de Fotografia de Robert Elswit. Música Original de James Newton Howard. Produzido por Patrick Crowley, Frank Marshall, Ben Smith e Jeffrey M. Weiner. Universal Pictures e The Kennedy/Marshall Company / USA.
Alguns filmes simplesmente não deveriam ter sido feitos e O Legado Bourne (2012) é um destes. Esta afirmação pode soar radical demais, uma vez que longa dirigido pelo Tony Gilroy não é de todo ruim, no entanto ele tropeça naquele que era seu maior desafio, funcionar como uma continuação plausível para uma das melhores franquias produzidas na última década. Os lançamentos de A Identidade Bourne (2002), A Supremacia Bourne (2004) e O Ultimato Bourne (2007) constituíram um verdadeiro marco para o sub-gênero 'filme de espionagem', o formato explorado por eles foi tão bem sucedido que chegou a exercer uma notável influência até nos novos rumos tomados pela franquia de 007 a partir de Cassino Royale (2006). Infelizmente tudo isso parece ter sido desconsiderado quando decidiram pela produção deste spin-off. A história contada pela trilogia não pedia uma continuidade e sequer existia outro livro do Robert Ludlum para ser adaptado, o que me leva a crer que o que motivou a realização de mais este filme foi tão somente a ganância de seus realizadores.
Eu não sei qual seria minha reação se eu tivesse assistido O Legado Bourne sem antes ter visto seus antecessores, talvez eu tivesse até gostado mais dele, todavia, para qualquer um que tenha assistido à trilogia protagonizada pelo Matt Damon, fica difícil não fazer comparações e estas comparações são simplesmente devastadoras. Ele não possui praticamente nenhuma das qualidades que tornaram os outros filmes tão bons, seu ritmo é ruim, suas cenas de ação bem inferiores e o personagem central, interpretado pelo Jeremy Renner, bem menos interessante que o Jason Bourne vivido pelo Damon. Como se não bastasse estes problemas, o roteiro ainda tenta dar uma explicação desnecessária para a formação dos agentes da categoria à qual o personagem central pertence, o que é um dos seus principais deslizes, a trama tira dos espiões todo o mérito pelas suas habilidades aumentadas, ao apontar uma droga produzida em laboratório como a responsável pela manutenção da agilidade física e pelo desenvolvimento mental que eles demonstram ter.
Eu não sei qual seria minha reação se eu tivesse assistido O Legado Bourne sem antes ter visto seus antecessores, talvez eu tivesse até gostado mais dele, todavia, para qualquer um que tenha assistido à trilogia protagonizada pelo Matt Damon, fica difícil não fazer comparações e estas comparações são simplesmente devastadoras. Ele não possui praticamente nenhuma das qualidades que tornaram os outros filmes tão bons, seu ritmo é ruim, suas cenas de ação bem inferiores e o personagem central, interpretado pelo Jeremy Renner, bem menos interessante que o Jason Bourne vivido pelo Damon. Como se não bastasse estes problemas, o roteiro ainda tenta dar uma explicação desnecessária para a formação dos agentes da categoria à qual o personagem central pertence, o que é um dos seus principais deslizes, a trama tira dos espiões todo o mérito pelas suas habilidades aumentadas, ao apontar uma droga produzida em laboratório como a responsável pela manutenção da agilidade física e pelo desenvolvimento mental que eles demonstram ter.
O filme começa com o agente Aaron Cross (Jeremy Renner) isolado em uma região do Alasca, ele está em treinamento e sua missão consiste em sobreviver ao risco do ambiente e chegar a salvo à uma cabana que está no meio do nada. O que ele não sabe é que enquanto ele tenta escalar e atravessar as montanhas congeladas do lugar algo de muito importante acontece. Jason Bourne (que só aparece no filme em fotografias e imagens de arquivo) está ameaçando revelar informações importantes sobre o Blackbriar e o Treadstone, dois dos programas de treinamento e recrutamento de agentes especias da CIA. Os dois programas citados acabam sendo vinculados pela mídia a um terceiro, o Outcome, o que preocupa o coronel aposentado Eric Byer (Edward Norton), trazido de volta à ativa para assumir a condução do caso. Temendo que haja um vazamento de informações Eric decide realizar uma queima total de arquivos, ele ordena que cada um dos agentes pertencentes à Outcome seja eliminado. Aaron, que é um deles, consegue sair ileso do primeiro ataque arquitetado pelos seus superiores e se torna a partir de então um foragido.
Aaron começa a sentir os efeitos da crise provocada pela abstinência da droga que ele tomava para desenvolver suas habilidades, ele decide ir até ao centro onde periodicamente realizava um check up médico (que mensurava a eficácia da medicação que lhe era ministrada), sua esperança é conseguir reabastecer seu estoque de pílulas, no entanto ele não encontra lá o que fora procurar. Ele então se junta à cientista Marta Shearing (Rachel Weisz), que também passara a ser perseguida pela ação de queima de arquivos. Ele a convence a levá-lo até o local onde as drogas são processadas, ela não vê outra opção senão acompanhá-lo - A partir desde ponto nos é dada a esperança de que o filme começaria a se desenvolver de fato, o que não acontece. Mais de cinquenta minutos são perdidos com uma longa introdução, durante a qual o personagem central ainda está distante do foco dos acontecimentos e de todos os outros personagens que possuem relevância na trama. Todo este tempo não é suficiente para que nós espectadores nos identifiquemos com ele e com o drama que ele vive.
O que salva O Legado Bourne de ser um desastre ainda maior são as atuações, ainda que seus desempenhos sejam prejudicados pela mediocridade do roteiro, Jeremy Renner, Rachel Weisz, Edward Norton e Zeljko Ivanek (que protagoniza uma das poucas sequências dignas de elogios do longa) estão relativamente bem, eles são convincentes em suas interpretações e isso ajuda no desenvolvimento da trama, mas isso por si só é incapaz de salvá-la de seus outros diversos problemas... Como eu havia dito, toda a potencialidade da obra de funcionar ao menos como um bom entretenimento é minimizada pela grandiosidade a trilogia que a inspirou. Robert Ludlum se estivesse vivo certamente estaria lamentando o que fizeram com a ideia central de suas obras e o Matt Damon merecia no mínimo um pedido de desculpas por ter sua imagem vinculada a uma obra que quase coloca a perder tudo aquilo que ele ajudou a construir...
Se por um daqueles trites acasos acasos você se ver obrigado a assistir O Legado Bourne, tente ao máximo esquecer que ele se trata de um spin off, isso não será fácil, uma vez que referência aos filmes anteriores estão presentes em toda a sua trama, mas se você conseguir esta pequena proeza certamente você será recompensado. Não fazer as mesmas comparações que eu fiz vai lhe poupar de sentir a mesma raiva que senti em diversas passagens... Infelizmente o desfecho da história dá uma enorme abertura para uma outra continuação, que provavelmente será realizada devido aos bons resultados de bilheteria que este filme teve nos Estados Unidos, diante disso o que nos resta é torcer para que um provável novo tropeço não seja tão vergonhoso quanto foi este...
A revelação das passagens aqui comentadas não compromete a apreciação da obra.
José Bruno, eu tive o desprazer de conferir este filme no cinema. Penso que ele é completamente irregular em sua ação e sobretudo no desenvolvimento de sua trama, até mesmo nas insossas atuações. É horrível ter de aturá-lo, de modo geral, pelas duas horas.
ResponderExcluirPor sua vez, excelente crítica. Um abraço.
http://www.leituradecinema.com.br/2013/01/gosto-de-cereja.html
Como eu disse, sua realização foi um grande erro!
ExcluirLi criticas e não me atraiu muito. Estou com ele em casa para assitir. Mas, sem pressa. kk
ResponderExcluirAmei a trilogia.
O fato de você ter amado a trilogia provavelmente aumentará sua decepção em relação a este, foi o que aconteceu comigo...
ExcluirDepois de tantas provações, infelizmente a saga Bourne não resistiu ao tempo e as constantes imperfeições dos últimos roteiros da série.
ResponderExcluirhttp://eaicinefilocadevoce.blogspot.com.br/
Discordo sobre as "constantes imperfeições dos últimos roteiros da série". A trilogia protagonizada pelo Matt Damon é, na minha opinião, uma das poucos que só melhorou a cada filme, estou convencido que o único grande erro foi de fato "O Legado Bourne".
ExcluirEu não quis ver esse pela saída do diretor original da série e de Damon. Achei que com isso perderia a essência da série... parece que não estava errado...
ResponderExcluirGostei do blog, estou seguindo e indicando no Cinematógrafo:
http://ocinematografo.blogspot.com.br/
Brunão meu amigão, tudo bem aí?
ResponderExcluirRapaz... Sabe que lí a sua resenha, tentando enxergar pelos seus olhos e até entendi o que vc quiz dizer... Mas eu gostei desse filme, hahahahahahahahaha.
Mas te entendo e sei que vc olha para o cinema de uma forma que eu não consigo detectar!
Um abração meu amigo!
J.Bruno vou passar longe desse filme, pois ainda não assisti nenhum da saga Boune... valeu pela informação
ResponderExcluirApesar das críticas, esse foi um filme de ação que eu gostaria de assistir, apesar de não curtir muito o gênero.
ResponderExcluirGrande Abraço.
Att. Sabrina Gomes
Blog Spiderwebs <<
Opnioes cada um tem a sua e na minha esse filmeo Legado e é melhor que todos os outros Até porque eu odiava os outros filmes por mim nunca veria ainda mais pq não curto a atuação do matt pra mim nunca poderia terem feito melhor ter colocado o Jeremy renner o melhor filme q já saiu depois da trilogia kkkkk
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