Colateral (Collateral) 2004. Dirigido por Michael Mann, escrito por Stuart Beattie, produzido por Michael Mann & Julie Richardson. Dreanworks e Paramount / EUA
“17 milhões de pessoas, é a quinta maior economia do mundo, e ninguém se conhece... Li sobre um sujeito que andou de metrô e morreu. Ele andou seis horas, antes que alguém notasse seu cadáver dando voltas em L.A., pessoas indo e vindo, sentadas ao seu lado. Ninguém notou...”
A descrição que o personagem Vincent (Ton Cruise) dá de Los Angeles no filme Colateral (2004) ilustra bem a forma com que a cidade é mostrada neste suspense de Michael Mann. O trama se desenvolve em única noite e revela a frieza e a solidão gritante da cidade, que no longa quase rouba de Nova Iorque o título de “cidade que nunca dorme”. Max Durocher (Jamie Foxx) é um chofer de táxi que sente na pele este drama da metrópole. Ele conhece como ninguém a noite, o rítmo e cada uma das ruas de L.A., e apesar de ser um dos melhores no que faz, ele não se sente realizado e tenta se convencer de que a atividade de taxista, que já exerce há 12 anos, é apenas um emprego temporário. Ele leva sempre consigo uma fotografia de uma ilha deserta, que ele usa como um objeto de fuga da realidade, um "retiro particular". Em cada momento de tensão ele se fixa na imagem e tenta acreditar que está por alguns segundos naquele paraíso.
No que parecia ser uma noite rotineira, Max faz uma corrida para Annie (Jada Pinkett Smith), uma promotora, com quem, num dos melhores diálogos do filme, acaba flertando quase sem querer. Max presentei a moça com a fotografia que levava consigo e em troca ganha o número do telefone dela e a expectativa de um encontro. Depois de deixar Annie em frente ao seu prédio, ele fica por alguns segundos imóvel no táxi, como se não acreditasse no que acabou de lhe acontecer, é neste momento que Vincent, um homem bem vestido, entra no carro e lhe propõe o que lhe parecia, até então, um grande negócio. Vincent está de passagem por L.A. e pretende visitar cinco clientes naquela noite para fechar algumas transações imobiliárias, e oferece ao taxista 600 dólares, para lhe levar em cada um dos endereços. Alguns minutos depois, o chofer espera no taxi, enquanto seu passageiro se encontra com o primeiro cliente, quando de repente um corpo cai sobre o capô de seu carro. É neste momento, que Max percebe qual é o "negócio" de seu passageiro e o tamanho da enrascada em que se meteu, da qual dificilmente conseguirá sair...
Colateral é quase um roadmovie, pois transita por diversos pontos na noite de Los Angeles, enquanto Vincent visita cada um de seus “clientes”. Os melhores momentos do filme, não são as cenas de ação, e sim os diálogos que acontecem, em sua maioria, dentro do táxi de Max e que abordam temas que vão deste o banal à questões existencialistas. Algumas das melhores sequências do filme são também a que Max e Vincent visitam uma casa de jazz e a que Max se encontra com Félix (Javier Bardem em uma pequena porém notável participação), o homem que contratou os serviços de seu passageiro, em uma discoteca. Pelas conversas no taxi entre uma visita e outra, percebemos que no fundo existe uma grande semelhança entre a personalidade do taxista e a do "estranho" que leva em seu táxi. No desenrolar da trama é possível perceber uma cumplicidade que começa a se desenvolver entre estes dois homens, que são atormentados por fantasmas não tão distintos.
Jamie Foxx está muito bem no papel do taxi driver e fez por merecer a indicação ao Oscar que recebeu na categoria de melhor ator coadjuvante, ele ainda conseguiu compensar a atuação mediana de Tom Cruise, que não convenceu muito em seu primeiro papel de vilão. Outro dos maiores destaques do filme, são cenas da cidade de Los Angeles à noite, a captura feita com câmeras digitais em mais de 80% das passagens conferiu à fotografia um resultado incrível. O longa também foi indicado ao Oscar na categoria de melhor edição. Colateral é um ótimo filme de suspense, com uma boa trama e uma ótima ambientação. Recomendo!
Colateral é quase um roadmovie, pois transita por diversos pontos na noite de Los Angeles, enquanto Vincent visita cada um de seus “clientes”. Os melhores momentos do filme, não são as cenas de ação, e sim os diálogos que acontecem, em sua maioria, dentro do táxi de Max e que abordam temas que vão deste o banal à questões existencialistas. Algumas das melhores sequências do filme são também a que Max e Vincent visitam uma casa de jazz e a que Max se encontra com Félix (Javier Bardem em uma pequena porém notável participação), o homem que contratou os serviços de seu passageiro, em uma discoteca. Pelas conversas no taxi entre uma visita e outra, percebemos que no fundo existe uma grande semelhança entre a personalidade do taxista e a do "estranho" que leva em seu táxi. No desenrolar da trama é possível perceber uma cumplicidade que começa a se desenvolver entre estes dois homens, que são atormentados por fantasmas não tão distintos.
Jamie Foxx está muito bem no papel do taxi driver e fez por merecer a indicação ao Oscar que recebeu na categoria de melhor ator coadjuvante, ele ainda conseguiu compensar a atuação mediana de Tom Cruise, que não convenceu muito em seu primeiro papel de vilão. Outro dos maiores destaques do filme, são cenas da cidade de Los Angeles à noite, a captura feita com câmeras digitais em mais de 80% das passagens conferiu à fotografia um resultado incrível. O longa também foi indicado ao Oscar na categoria de melhor edição. Colateral é um ótimo filme de suspense, com uma boa trama e uma ótima ambientação. Recomendo!
Do diretor Michael Mann, indico também: O Informante (1999); Fogo Contra Fogo (1995) e O Último dos Moicanos (1992).
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