Felicidade ou Morte de Clóvis de Barros Filho e Leandro Karnal. Lançado originalmente em 2016. Campinas. Papirus 7 Mares, 2016.
O sucesso conquistado por Leandro Karnal e Clóvis de Barros Filho é um
fenômeno no mínimo interessante. Bestsellers, eles conseguiram transpor
as paredes da torre de marfim e atingir um público além dos
universitários das respectivas áreas que lecionam, história e filosofia.
O fenômeno é curioso porque em um país de poucos leitores e parco interesse pela dita alta cultura, eles se tornaram verdadeiros gurus, de quem se espera um posicionamento ou uma resposta para as inúmeras crises pelas quais o país passa.
Não é um disparate dizer que o sucesso dentre o público não universitário de humanas se deve ao trânsito fácil pela linguagem simples, ainda que não coloquial, que torna reflexões complexas acessíveis a todos os públicos, mas também ao notável domínio da retórica e da comunicação nas redes sociais.
Em "Felicidade ou Morte", livro constituído na forma de um diálogo entre os dois intelectuais sobre o tema proposto, ambos tecem reflexões acerca da ideia de felicidade, da resignação como forma de driblar a angústia existencial, da construção social e histórica do que se tem como padrões de vida bem sucedida e da inevitabilidade da dor, que torna a própria noção de felicidade efêmera.
Sem precisar recorrer a academicismos, os autores transitam pela história e pela filosofia em busca ora de respostas, ora de algum eco para aquilo que defendem. A escrita flui fácil e, em alguns pontos, o texto chega a parecer uma transcrição de um diálogo tal como ele se deu, sem cortes e sem qualquer outro tipo de edição.
Tal noção vem justamente do fato de que tanto o Barros Filho quanto o Karnal se fizeram conhecidos do grande público antes pelos vídeos e só depois pela escrita, o que ajuda explicar o fenômeno que citei no início desta rápida resenha.
A manutenção do mesmo tipo de linguagem presente nos vídeos, inclusive com passagens já contadas ou citadas em outras oportunidades, cria uma espécie de aproximação (por meio da autoreferência), que conta muito no processo de trazer os seguidores das redes para o consumo da obra escrita.
Em um tempo em que ainda há certo repúdio pelo conhecimento e pela complexidade da leitura de um mundo pautado pela velocidade e pelo imediatismo, vejo com bons olhos o hipe e popularização do pensamento e do ato filosófico.
O fenômeno é curioso porque em um país de poucos leitores e parco interesse pela dita alta cultura, eles se tornaram verdadeiros gurus, de quem se espera um posicionamento ou uma resposta para as inúmeras crises pelas quais o país passa.
Não é um disparate dizer que o sucesso dentre o público não universitário de humanas se deve ao trânsito fácil pela linguagem simples, ainda que não coloquial, que torna reflexões complexas acessíveis a todos os públicos, mas também ao notável domínio da retórica e da comunicação nas redes sociais.
Em "Felicidade ou Morte", livro constituído na forma de um diálogo entre os dois intelectuais sobre o tema proposto, ambos tecem reflexões acerca da ideia de felicidade, da resignação como forma de driblar a angústia existencial, da construção social e histórica do que se tem como padrões de vida bem sucedida e da inevitabilidade da dor, que torna a própria noção de felicidade efêmera.
Sem precisar recorrer a academicismos, os autores transitam pela história e pela filosofia em busca ora de respostas, ora de algum eco para aquilo que defendem. A escrita flui fácil e, em alguns pontos, o texto chega a parecer uma transcrição de um diálogo tal como ele se deu, sem cortes e sem qualquer outro tipo de edição.
Tal noção vem justamente do fato de que tanto o Barros Filho quanto o Karnal se fizeram conhecidos do grande público antes pelos vídeos e só depois pela escrita, o que ajuda explicar o fenômeno que citei no início desta rápida resenha.
A manutenção do mesmo tipo de linguagem presente nos vídeos, inclusive com passagens já contadas ou citadas em outras oportunidades, cria uma espécie de aproximação (por meio da autoreferência), que conta muito no processo de trazer os seguidores das redes para o consumo da obra escrita.
Em um tempo em que ainda há certo repúdio pelo conhecimento e pela complexidade da leitura de um mundo pautado pela velocidade e pelo imediatismo, vejo com bons olhos o hipe e popularização do pensamento e do ato filosófico.
Nenhum comentário:
Postar um comentário