Conduta de Risco (Michael Clayton) 2007, escrito e dirigido por Tony Gilroy, produzido por Sydney Pollack, Steven Samuels, Jennifer Fox e Kerry Orent. Imagem Filmes / USA
Em alguns filmes não existe qualquer tipo de poesia, existe apenas a realidade descolorida, fria e angustiante, mesmo não sendo um "baseado em fatos reais", Conduta de Risco (2007) é um destes. Os desavisados poderão dizer que o filme é lento, chato e que sua trama é muita complicada. Mas dizer isso denotaria pura falta de entendimento. Na primeira vez que assisti ao filme, confesso que boiei até cerca de trinta minuto de duração. Eu não tinha lido nenhuma resenha e já não me lembrava da sinopse que li na contra capa do DVD. Mas apesar disso, consegui me situar na história, quando o filme acabou, sobrou apenas uma sensação ruim, desconfortante.
Não me lembro de nenhum outro filme que eu tenha voltado ao início logo depois do final dos créditos, mas foi o que fiz com Conduta de Risco. A segunda exibição foi apenas para deleite, a trama e cada um de seus personagens já estavam em seus devidos lugares e aquilo que eu tinha visto como brechas no roteiro agora passava a fazer sentido. Na segunda vez que cheguei ao final, a sensação de desconforto permaneceu, eram efeitos do confronto que o filme propõe entre a ética e o sucesso pessoal, entre entrar ou não nos “esquemas”.
Conduta de Risco, como já deu pra perceber, não teve, nem nunca teria a possibilidade de ser um blockebuster, e é ai que talvez esteja sua melhor qualidade e a genialidade de seu roteiro. Apesar de não ser um filme cult (talvez até o tempo o torne), com certeza não é um filme para qualquer um. Nele não tem ação, não tem história de amor, nem efeitos especiais estonteantes. Como já esclareci, lá tem a realidade. Uma realidade, que não está lá pra nos divertir e entreter e sim para nos confrontar.
Conduta de Risco, como já deu pra perceber, não teve, nem nunca teria a possibilidade de ser um blockebuster, e é ai que talvez esteja sua melhor qualidade e a genialidade de seu roteiro. Apesar de não ser um filme cult (talvez até o tempo o torne), com certeza não é um filme para qualquer um. Nele não tem ação, não tem história de amor, nem efeitos especiais estonteantes. Como já esclareci, lá tem a realidade. Uma realidade, que não está lá pra nos divertir e entreter e sim para nos confrontar.
Um paralelo pode ser feito entre conduta de risco e outros três filmes: O Jardineiro Fiel (2005) que denunciou a atuação de indústrias farmacêuticas na África, Traffic (2000), que aborda o tráfico de drogas por diversos ângulos e Syriana (2005), que relacionou os negócios da indústria do petróleo com os conflitos no oriente médio. Os três são filmes do tipo que realmente causa este desconforto após a exibição, eles denunciam fatos que todos nós sabemos que acontece, mas que preferimos fingir que não fazem parte de nossa realidade.
Michael Clayton (George Clooney) trabalha em uma grande firma de advocacia, a Kenner, Bach & Ledeen, ele classifica seu cargo como uma espécie de “faxineiro”, ele é o responsável por ajudar a encobrir crimes cometidos pelos clientes da empresa. Michael tinha tudo para ser um homem bem sucedido financeiramente, mas não o é, ele está endividado, perdeu suas economias no jogo e está devendo uma grana alta, devido aos prejuízos de um empreendimento que não deu certo. Ele é divorciado e sua ex-esposa mora com um outro homem, seu único contato com seu filho, é quando o leva e o busca na escola.
A empresa onde Michael trabalha está cuidando de um caso que pode ser decisivo para o seu futuro. Ela foi contratada para defender uma grande multinacional, a U/Nort, que está sendo processada por habitantes de uma pequena cidade, senda acusada de envenenamento. O responsável pelo caso é Arthur Evans (Tom Wilkinson), ele é um renomado advogado, muito respeitado por seus colegas. Mas durante uma audiência no tribunal, Evans surta, tira toda sua roupa e tenta sabotar o caso que está em suas mãos. Clayton é chamado para limpar a “sujeira” feita pelo colega e convencer Karen Crowder (Tilda Swinton), representante da U/North, que já está com os nervos à flor da pele, a manter a Kenner, Bach & Ledeen no caso.
Com este processo em suas mãos, Michael vai ter a dimensão do que se tornou sua vida e o que representa seu trabalho. Uma simples atitude de parar para contemplar o mundo à sua volta, coisa que não fazia há tempos, vai salvar sua vida e fazê-lo repensar suas atitudes e prioridades.
Michael Clayton (George Clooney) trabalha em uma grande firma de advocacia, a Kenner, Bach & Ledeen, ele classifica seu cargo como uma espécie de “faxineiro”, ele é o responsável por ajudar a encobrir crimes cometidos pelos clientes da empresa. Michael tinha tudo para ser um homem bem sucedido financeiramente, mas não o é, ele está endividado, perdeu suas economias no jogo e está devendo uma grana alta, devido aos prejuízos de um empreendimento que não deu certo. Ele é divorciado e sua ex-esposa mora com um outro homem, seu único contato com seu filho, é quando o leva e o busca na escola.
A empresa onde Michael trabalha está cuidando de um caso que pode ser decisivo para o seu futuro. Ela foi contratada para defender uma grande multinacional, a U/Nort, que está sendo processada por habitantes de uma pequena cidade, senda acusada de envenenamento. O responsável pelo caso é Arthur Evans (Tom Wilkinson), ele é um renomado advogado, muito respeitado por seus colegas. Mas durante uma audiência no tribunal, Evans surta, tira toda sua roupa e tenta sabotar o caso que está em suas mãos. Clayton é chamado para limpar a “sujeira” feita pelo colega e convencer Karen Crowder (Tilda Swinton), representante da U/North, que já está com os nervos à flor da pele, a manter a Kenner, Bach & Ledeen no caso.
Com este processo em suas mãos, Michael vai ter a dimensão do que se tornou sua vida e o que representa seu trabalho. Uma simples atitude de parar para contemplar o mundo à sua volta, coisa que não fazia há tempos, vai salvar sua vida e fazê-lo repensar suas atitudes e prioridades.
Mencionar outros méritos de um filme como este, talvez seja até dispensável, mas mesmo que o conflito vivido por Michael Clayton não faça nenhum sentido para você, o filme vale pelas atuações. Simplesmente não consigo descrever a forma com que Clooney, Wilkinson e Swinton entram em seus respectivos personagens, é como se a trajetória de cada um deles convergisse para estas atuações. Mas se nada disso lhe chamar atenção no filme, não me acuse de fazer uma má resenha, como mencionei aqui, este não é um filme para qualquer um.
Conduta de Risco recebeu o Oscar de melhor atriz coadjuvante (Tilda Swinton), e foi indicado também nas categorias de melhor ator (George Clooney), melhor ator coadjuvante (Ton Wilkinson), melhor diretor (Tony Gilroy), melhor roteiro original (Tony Gilroy), melhor filme e melhor trilha sonora (James Newton Howard). O filme também recebeu o Globo de Ouro nas categorias: melhor drama, melhor performance de ator (George Clooney), melhor performance de ator coadjuvante (Tom Wilkinson) e melhor performance de atriz coadjuvante (Tilda Swinton).
Assistam ao trailer de Conduta de Risco no You Tube,
Este foi o primeiro filme de Tony Gilroy, como diretor, mas este já tinha uma carreira consolidada como roteirista, tendo no seu curriculum obras como Advogado do Diabo (1997) e a trilogia Bourne (2002;2004;2007).