Onze Homens e Um Segredo (Ocean's Eleven) - 2001. Dirigido por Steven Soderbergh. Escrito por Ted Griffin (baseado no roteiro da versão original escrito por George Clayton Johnson, Jack Golden Russell, Harry Brown e Charles Lederer). Direção de Fotografia de Steven Soderbergh (creditado como Peter Andrews). Música Original de David Holmes. Produzido por Jerry Weintraub. Warner Bros. Pictures / EUA.
Geralmente quando se trata de remakes o negócio é apenas faturar, a reciclagem de uma obra que fizera sucesso no passado é uma boa aposta para produtores receosos de investir em novidades. Todo ano estréia uma quantidade enorme de refilmagens, mas pouquíssimas delas chegam a ter alguma relevância quando comparadas à versão que as originaram. Ainda não assisti Onze Homens e Um Segredo (1960) de Lewis Milestone, portanto não posso comparar, ao menos neste caso, a adaptação ao original, contudo tenho que reconhecer que a refilmagem dirigida por Steven Soderbergh é no mínimo um grande filme. O segredo do sucesso e da qualidade do filme de 2001 pode estar na gênese da produção, pois ao contrário de outros remakes que partem da iniciativa de produtores ambiciosos, este se desenvolveu a partir de uma ideia do ator George Clooney, que abraçou o projeto abrindo mão do próprio salário e juntou um ótimo time de atores que fizeram o mesmo.
A direção desta nova versão ficaria por conta de Steven Soderbergh, parceiro de Clooney na produtora Section Eight. Por estar sendo movida pela paixão de seus realizadores e não apenas pela previsão de lucros, a produção foi iniciada com o pé direito, ela já era então muito mais que um mero caça níquel. O resultado final foi excelente, tanto que rendeu outras duas continuações, o grande time de atores estava em plena forma e perfeitamente entrosado, o roteiro, muito bem escrito, conferiu ao filme um bom ritmo, com ação, toques de humor e algumas reviravoltas. A trilha sonora, que resgatou alguns clássicos presentes na versão original, é ótima e também colabora com ritmo do filme, dando a ele um toque pop e ao mesmo tempo clássico. E por falar em clássico, vale destacar a direção de arte e os figurinos, que em determinadas passagem nos remete à classe de algumas produções da era de ouro de Hollywood.
Mas não se deixe enganar, Onze Homens e Um Segredo é um filme pipoca, um bom filme pipoca, porém ele não sai imune das características deste tipo de produção, apesar da quantidade de atores e da aparente complexidade, o roteiro é simples e de fácil compreensão. Apesar de ter anti-heróis como protagonistas, o filme não escapa do convencionalismo, afinal isso por si só não é nenhuma novidade desde os anos 60. Ao não explorar situações ambíguas, nem personagens detentores de significativa profundidade, o longa se torna não muito mais que uma boa opção de diversão, mas é ai que está o seu diferencial, apesar de sua proposta ser apenas o entretenimento, o filme conta, como eu já disse, com grandes atuações e uma boa parte técnica, o que não é nenhum pouco comum em filmes do gênero.
No centro da história de Onze Homens e Um Segredo está Danny Ocean (George Clooney), ele é uma espécie de criminoso profissional, que acabara de cumprir quatro anos de prisão por roubo. Logo que ganha a liberdade, Danny já tem um novo plano, ele pretende roubar em uma mesma noite três cassinos da cidade de Las Vegas, o Bellagio, o Mirage e o MGM Grand, todos pertencentes ao empresário Terry Benedict (Andy Garcia). Para colocar o audacioso plano em prática, ele se encontra com Rusty Ryan (Brad Pitt), um antigo parceiro que estava ganhando a vida trapaceando e dando aulas de poker para jovens atores de Hollywood, juntos ele irão compor o restante do time, que conta também com um jovem criminoso cheio de habilidades (Matt Damon), com um financiador (Elliott Gould), dois irmãos motoristas (Casey Affleck e Scott Caan), um acrobata (Shaobo Qin), um especialista em disfarces (Carl Reiner), um hacker (Eddie Jemison), um crupie (Bernie Mac) e um perito em explosivos (Don Cheadle).
O elenco ainda conta com a presença, meio apagada, de Julia Roberts (ela ganha destaque na segunda parte da franquia), seu personagem corrobora o “segredo” presente no título do filme... Não se preocupe, eu vou parando por aqui para não correr o risco de revelar mais detalhes sobre a trama e assim diminuir o gostinho da surpresa que a história nos proporciona. Onze Homens e Um Segredo é indicado tanto para fãs de filmes de ação, quanto para aqueles que valorizam um roteiro bem escrito ou apreciem a desenvoltura de grandes atores em papéis “menores”. Por experiência própria digo que é uma ótima pedida para uma tarde monótona de domingo, sem coisa melhor para fazer e sem clima para encarar uma produção de maior complexidade. Se ainda não assistiu, fica ai a dica e mesmo para quem já o viu, eu garanto, ele continua tão legal como na primeira vez! Recomendo!
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